O mundo da música sertaneja está de luto. Ede Cury, profissional que atuou como assessora de imprensa do cantor Leonardo por mais de três décadas, faleceu nesta terça-feira, 9 de dezembro. A notícia foi divulgada pelo Portal Leo Dias. Até o momento, os familiares não divulgaram a causa da morte, e o artista e seus representantes ainda não se pronunciaram oficialmente sobre o ocorrido. Ede Cury era considerada uma peça-chave na estrutura de gestão da carreira de Leonardo, com sua colaboração profissional iniciada ainda na época em que o cantor formava dupla com o saudoso Leandro.
A parceria entre Ede Cury e Leonardo teve início em 1990, estabelecendo ao longo dos anos uma relação profissional marcada pela confiança e longevidade. A comunicadora desempenhou um papel fundamental na construção e manutenção da imagem pública do artista junto aos meios de comunicação, sendo responsável pela divulgação de informações e pelo estreitamento do relacionamento com a imprensa. Sua expertise foi especialmente notada na condução de momentos de grande sensibilidade e repercussão nacional, como a cobertura midiática do falecimento de Leandro, vítima de câncer, e o grave acidente automobilístico sofrido por Pedro Leonardo, filho do cantor, anos atrás.
Os Bastidores do Diagnóstico de Leandro
Em depoimentos anteriores, Ede Cury compartilhou detalhes sobre o período em que Leandro lutou contra a doença. Ela relatou a descoberta do tumor, inicialmente detectado em uma radiografia dentária, e a celeridade com que o quadro de saúde se agravou, demandando uma atuação de comunicação de crise imediata. “Ele foi no dentista e fez uma chapa e apareceu o tumor. Foi aí que começou a nossa saga”, disse Cury, relembrando a surpresa e a esperança que pairavam sobre a equipe. “Todos nós achávamos que ele ia se curar. Do dia da descoberta até a morte foram 63 dias”, acrescentou.
A assessora também abordou a complexa comunicação durante o velório de Leandro, explicando as decisões tomadas em meio à intensa comoção pública. Ede Cury esclareceu as críticas que recebeu por ter colocado o chapéu do cantor sobre o caixão, afirmando que a ação não teve caráter promocional, mas sim uma necessidade prática diante da confusão e da emoção do momento. “Ele pegou a roupa inteirinha, aquela história do chapéu na beira do caixão, que eu não fui super penalizada por isso, na verdade era porque eu não tinha onde colocar o chapéu. Achavam que era marketing. Além de ser dele, eu não mandei buscar um chapéu, naquela confusão eu fiquei andando com ele”, explicou.
Estratégias de Comunicação com a Imprensa
Para coibir a disseminação de boatos sobre o estado de saúde de Leonardo, Ede Cury implementou uma estratégia de atendimento à imprensa focada na transparência e no contato direto. Ela descreveu sua metodologia para lidar com as demandas de telejornais e jornais impressos, que exigiam presença física. “Eu tinha uma estratégia que eu descia em horários. Eu falava nos momentos de telejornalismo. Eu fazia um texto pra mim, baseado em uma linguagem mais simples e dava um dado”, detalhou. Segundo Cury, o objetivo era manter o público informado e próximo do artista, desmistificando a ideia de manipulação. “Eu queria jogar o Leandro nos braços dos fãs. Me acusaram de ser marketeira na época, mas era sincero”, concluiu.