A reflexão sobre o próprio passado tem se tornado um tema recorrente entre celebridades de renome internacional. A cantora e empresária Rihanna, em recente entrevista à Vogue alemã, expressou surpresa e até arrependimento ao analisar atitudes e comportamentos de seus primeiros anos de carreira. Hoje, em uma fase de maturidade, a artista, que é mãe, ao se deparar com imagens antigas, questiona: “Meu Deus, eu realmente fiz isso?”, um sentimento que tem ressoado entre fãs e outros nomes do universo do entretenimento.
Miley Cyrus é outra figura pública que passou por um processo similar de reavaliação. A artista, conhecida por sua fase mais ousada e midiática entre 2012 e 2013, época que marcou o fim de sua identidade como Hannah Montana e a ascensão de um estilo provocativo com hits como “We Can’t Stop” e “Wrecking Ball”, já declarou ter analisado criticamente aquele período. Em uma conversa no podcast “Reclaiming”, ela compartilhou com a entrevistadora Monica Lewinsky como as escolhas da juventude impactaram sua imagem e relações pessoais. Cyrus admitiu sentir vergonha de certas atitudes e reconheceu que a instabilidade em seus relacionamentos na época se deu, em parte, por expor aspectos que, segundo ela, “os homens queriam que fossem guardados apenas para eles”.
A cantora Billie Eilish também se manifestou sobre episódios de sua adolescência que voltaram à tona. Ao comentar declarações e comportamentos de quando era muito jovem, Eilish expressou desconforto, atribuindo à internet a permanência de momentos que considera imaturos e distantes de sua identidade atual. Em entrevista à Vogue Austrália, a artista, hoje com 23 anos, ressaltou a dificuldade de se conhecer plenamente durante a adolescência, período em que, segundo ela, “simplesmente criei essa fachada à qual me apeguei”. Eilish já declarou que discorda de muitas falas que fez aos 14 ou 15 anos, considerando a releitura desse passado como um processo desafiador.
No Brasil, Luísa Sonza tem sido transparente ao abordar a revisitação de sua própria jornada artística. Em 2024, a cantora revelou ao programa “Ambulatório da Moda” que diversas escolhas estéticas e comportamentais do início de sua carreira não condizem mais com seus valores atuais. Sonza explicou que, inicialmente, sentia-se bonita e confiante ao expor seu corpo, sem a intenção de se sexualizar como percebia que o público a projetava. Ao notar que essa sexualização era usada para diminuir seu trabalho, passou a ter aversão a essa exposição, reconhecendo que aquela fase era impulsionada por uma busca intensa por validação externa.
Britney Spears também figura entre as celebridades que relatam incômodo ao revisitar etapas anteriores de sua vida pública. A cantora expressou arrependimento por alguns projetos e exposições passadas, incluindo o reality show “Britney and Kevin: Chaotic”, de início dos anos 2000. Em seu livro de memórias, “A Mulher em Mim”, lançado em 2023, Spears afirma não reconhecer a versão de si mesma que aceitou determinados níveis de exposição, declarando que, em retrospecto, não repetiria tais decisões. A artista enfatiza a importância de expressar seus sentimentos, mesmo que gere medo, e de compartilhar sua própria história.
O fenômeno de artistas que revisitam e reavaliam suas trajetórias, confrontando versões passadas de si mesmos, é comum, especialmente entre aqueles que cresceram sob intensa visibilidade. Este processo, muitas vezes, caminha lado a lado com o amadurecimento e a evolução pessoal natural.