A obra do renomado cartunista Mauricio de Sousa, criador da icônica Turma da Mônica, foi oficialmente declarada Patrimônio Cultural Imaterial da cidade de São Paulo. A decisão, aprovada unanimemente pela Câmara Municipal e sancionada pelo prefeito Ricardo Nunes, celebra o legado de mais de seis décadas do artista, que moldou o imaginário de gerações de brasileiros e contribuiu significativamente para a educação e cultura do país.
Com 90 anos de idade, Mauricio de Sousa consolidou sua carreira na capital paulista, e seu universo de personagens transcendeu as fronteiras do Brasil, influenciando crianças e adultos no exterior. A justificativa para a homenagem destaca o papel essencial da obra de Sousa na memória coletiva nacional, disseminando valores educativos e inclusivos através de uma produção diversificada em mídias e formatos.
A família Sousa expressou gratidão pela condecoração. Em nota oficial, declararam: “Mauricio e sua família agradecem a sanção da lei que reconhece oficialmente a obra de Mauricio de Sousa como Patrimônio Cultural Imaterial do Município de São Paulo. A homenagem foi recebida com alegria e profundo respeito, especialmente por ocorrer ainda em vida, coroando mais de seis décadas de contribuição para a cultura, a educação e o imaginário coletivo dos brasileiros”.
A Trajetória de um Ícone Brasileiro
Nascido em Santa Isabel (SP), Mauricio de Sousa mudou-se para a capital paulista em sua juventude, onde iniciou sua carreira como repórter policial. Em 1959, deu vida aos seus primeiros personagens, Bidu e Franjinha, marcando o início de um universo que hoje conta com mais de 400 criações, incluindo os amados Mônica, Cebolinha, Magali e Cascão.
A criação de Mônica e Cebolinha nos anos 1960 solidificou o “Bairro do Limoeiro” como cenário central e impulsionou a Turma da Mônica a se tornar a série de quadrinhos mais popular do Brasil. Ao longo das décadas, os gibis passaram por importantes fases editoriais: a Editora Abril (1970-1986), a Editora Globo (1987-2006) e, desde 2007, a Panini Comics, mantendo a série entre as mais vendidas.
Em 2008, a franquia se reinventou com o lançamento de “Turma da Mônica Jovem”, uma linha em estilo mangá que retrata os personagens como adolescentes, buscando dialogar com o público jovem e pré-adolescente. Atualmente, a série “Turma da Mônica Jovem (2021)” já ultrapassa a 54ª edição, mantendo a proposta de histórias mais longas e envolventes.
Reconhecimentos Recentes
Em celebração aos 90 anos do cartunista, comemorados em outubro, diversas homenagens foram realizadas. Entre elas, destaca-se uma cinebiografia exibida nos cinemas e a instalação de 90 esculturas da Turma da Mônica em pontos estratégicos de São Paulo, além de um banco especial no Viaduto do Chá em sua homenagem. A lei recém-aprovada reforça o impacto de Mauricio de Sousa na alfabetização e na imaginação de inúmeras crianças, consolidando sua obra como parte inestimável do patrimônio imaterial paulistano.