A busca por um veículo usado com bom custo-benefício e um toque de exclusividade pode levar a escolhas tentadoras, especialmente entre importados e esportivos. No entanto, a experiência de compra pode se transformar em um pesadelo financeiro se a atenção não for redobrada. Especialistas alertam para modelos que, apesar do apelo inicial, escondem custos de manutenção elevados e dificuldades de reparo, tornando-os aquisições de alto risco.
De acordo com informações compiladas pelo portal Autoesporte, três veículos em particular merecem um olhar crítico antes de qualquer investimento. A recomendação é clara: evite-os para não acumular frustrações e despesas inesperadas.
Chevrolet Captiva: Elegância com Manutenção Complicada
O Chevrolet Captiva, que chegou ao mercado brasileiro em 2008 com um design arrojado e um pacote de equipamentos atraente para a época, pode apresentar sérios entraves como carro usado. Mesmo com versões equipadas com o motor 2.4 Ecotec de 185 cv, a realidade pós-compra pode ser sombria. Profissionais da área automotiva, com décadas de experiência, apontam que seguradoras já recusam a apólice para modelos a partir de 2010. A escassez de peças de reposição e de acabamento é um problema crônico, com custos de reparo que, em muitos casos, superam o valor venal do veículo. Problemas recorrentes na suspensão, transmissão, falhas na injeção eletrônica devido à qualidade do combustível e ruídos internos são comuns, a ponto de muitos mecânicos relutarem em realizar os serviços. Atualmente, os valores de mercado do Captiva variam significativamente, indo de aproximadamente R$ 36 mil a quase R$ 90 mil, segundo a Tabela Fipe.
Ford Fusion: Sofisticação que Exige Alto Investimento
O Ford Fusion, sedã que substituiu o Mondeo em 2006, também figura na lista de modelos a serem evitados. Produzido no México e beneficiado por isenções fiscais, o modelo conquistou seu espaço no mercado. Apesar de sua boa engenharia, a falta de disponibilidade de peças é o principal fator que o torna uma compra desaconselhável. Essa dificuldade se agrava drasticamente na versão Hybrid, cujo custo da bateria de íon de lítio pode chegar a R$ 70.000, um valor exorbitante se comparado ao preço de mercado do veículo, que gira em torno de R$ 50 mil para a versão Hybrid, conforme referência da Tabela Fipe.
Fiat 500: Charme Italiano com Custos Inesperados
O icônico Fiat 500, ou Cinquecento, importado da Polônia e lançado no Brasil no final de 2009, encanta pelo seu design compacto e estilo único. Contudo, suas dimensões (3,54 m de comprimento, 2,30 m de entre-eixos e um porta-malas de apenas 185 litros) o tornam inadequado para famílias. Além das limitações de espaço, os problemas de manutenção são significativos. Colisões podem resultar em indenização total devido à complexidade e disponibilidade de peças. A espera por componentes, como um para-brisa, pode se estender por meses. A incompatibilidade de peças entre as versões polonesa e mexicana, a folga comum na caixa de direção assistida eletricamente (cujo reparo pode custar R$ 2.000 mais mão de obra) e a necessidade de peças específicas para a suspensão são outros pontos negativos. Especialistas recomendam o Fiat 500 mais como um carro de lazer ou um segundo veículo. Um modelo 1.4 Evo de 2015 tem seu valor estimado em R$ 51.216 na Tabela Fipe.