O médico Gabriel Almeida, conhecido por sua forte presença nas redes sociais com mais de 750 mil seguidores, pronunciou-se nesta quinta-feira (27/11) após ser investigado em uma operação da Polícia Federal. A ação policial o aponta como suposto integrante de um esquema de fabricação ilegal do medicamento Mounjaro, utilizado no tratamento de diabetes e emagrecimento.
Em nota oficial enviada à coluna Fábia Oliveira, Almeida negou veementemente as acusações, classificando-as como mentirosas e uma distorção de sua trajetória profissional. “Refuto essa acusação de forma veemente: isso é mentira. Estou sendo alvo de uma narrativa distorcida que ignora anos de trabalho, transparência e credibilidade. Não fabrico medicamentos, não opero laboratório clandestino e jamais comercializei Mounjaro ou Tirzepatida fora das vias legais”, declarou o médico.
Almeida argumentou que a operação se baseia em uma interpretação equivocada de sua atuação pública e profissional. “É absurdo insinuar que alguém com minha trajetória colocaria em risco a carreira comprando ou usando produtos falsificados. Ética, ciência e responsabilidade com o paciente são as bases do meu trabalho. Minha clínica é estruturada, auditável e totalmente legal”, afirmou.
O profissional assegurou possuir toda a documentação comprobatória de aquisição de medicamentos, incluindo notas fiscais, contratos e registros de rastreabilidade dos insumos. “Posso comprovar absolutamente tudo: cada compra, cada fornecedor, cada lote. Não existe nada de oculto na minha prática. Toda a documentação já está sendo disponibilizada. Se há terceiros manipulando substâncias de forma ilegal, que sejam responsabilizados. Mas eu não aceitarei ser encaixado em uma narrativa na qual não me reconheço”, pontuou.
Com um histórico que inclui publicações de livros sobre emagrecimento e atuação como palestrante, Gabriel Almeida ressaltou sua atuação prévia no combate a práticas irregulares. “Eu sempre fui uma das vozes que alertam sobre riscos de falsificação, manipulação irregular e uso irresponsável de medicamentos. Atribuir isso a mim é uma contradição evidente”, disse.
O médico também criticou o que chamou de espetacularização das notícias, com o uso de termos como “luxo”, “mansão” e “quadrilha” para gerar cliques. “Infelizmente, estamos num momento em que palavras como ‘luxo’, ‘mansão’ e ‘quadrilha’ são usadas para inflar cliques. A mesma visibilidade que sempre usei para educar agora está sendo usada para atacar minha integridade. Mas não me escondo: enfrento de frente, com documentos e fatos”, concluiu.
Em sua defesa, Almeida listou seis pontos que, segundo ele, tornam a acusação incoerente: sua trajetória consolidada, o risco ético e científico inaceitável de práticas ilegais, a ausência de necessidade financeira ou operacional para recorrer a produtos clandestinos, a posse de documentação fiscal completa, sua visibilidade pública que tornaria irracional a adoção de práticas ilícitas, e seu histórico de defesa da segurança do paciente.
Sua equipe jurídica já foi acionada e está providenciando a apresentação de todos os documentos solicitados. “Minha equipe está apresentando todos os documentos solicitados. Não temo investigação. Temo o julgamento precipitado. A verdade prevalecerá”, declarou, assegurando aos pacientes e seguidores que seus protocolos permanecem seguros, éticos e baseados em ciência.
A Operação Slim, conduzida pela Polícia Federal, investiga uma suposta rede responsável pela fabricação ilícita do Mounjaro, manipulando o princípio ativo Tirzepatida sem o devido pagamento de patente e descumprindo normas sanitárias. A operação cumpre 24 mandados de busca e apreensão em São Paulo, Bahia, Pernambuco e Rio de Janeiro. Segundo a PF, Gabriel Almeida estaria comercializando o produto e tratamentos associados nas redes sociais como se fossem atividades legalizadas.