A corrida eleitoral para 2026 já se desenha no horizonte político brasileiro, e o destino de programas sociais de grande impacto, como o Bolsa Família, emerge como ponto central de debate. O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), pré-candidato à Presidência, apresentou suas propostas para o principal programa de transferência de renda do país, caso seja eleito.
Em entrevista ao Programa do Ratinho, exibido pelo SBT na noite de 15 de dezembro, o senador foi questionado diretamente sobre seus planos para o Bolsa Família. Em resposta, Flávio Bolsonaro sinalizou que não pretende extinguir o programa, mas sim promover alterações em seu funcionamento, com o objetivo de incentivar a reinserção dos beneficiários no mercado de trabalho.
A proposta central do senador prevê a manutenção do Bolsa Família como um pilar de proteção social, mas com a implementação de mecanismos que facilitem uma “porta de saída” estruturada. Segundo ele, beneficiários que conquistarem um emprego formal poderiam continuar recebendo o auxílio por um período de transição de até dois anos, acumulando o salário com o benefício social.
Adicionalmente, Flávio Bolsonaro mencionou a possibilidade de um incentivo financeiro extra de R$ 200 para aqueles que ingressarem formalmente no mercado de trabalho. Essa medida visa estimular a formalização e a conquista de autonomia financeira.
Em sua visão, essa abordagem permitiria reduzir a dependência prolongada do auxílio estatal, promovendo uma transição mais suave para a renda advinda do trabalho. O senador defende que programas de transferência de renda devem atuar como políticas temporárias de inclusão, e não como geradores de dependência contínua.
Flávio Bolsonaro também associou a ampliação do Bolsa Família durante o governo de seu pai, Jair Bolsonaro, a um contexto de equilíbrio fiscal e combate a irregularidades em estatais, ressaltando a importância da responsabilidade orçamentária.
Em termos eleitorais, pesquisas recentes como as da Quaest, divulgadas em dezembro de 2025, indicam um cenário desafiador para o senador. Os levantamentos apontam que o atual presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, venceria Flávio Bolsonaro em um eventual segundo turno, com 46% das intenções de voto contra 36% do senador. Cerca de 62% dos entrevistados declararam que não votariam em Flávio Bolsonaro para presidente, e 54% consideram que Jair Bolsonaro errou ao lançar o filho como candidato.
Apesar disso, as pesquisas também apontam um crescimento do senador em relação a levantamentos anteriores, sugerindo que sua pré-candidatura já impacta o debate público e o realinhamento da oposição.
As propostas apresentadas por Flávio Bolsonaro para o Bolsa Família reforçam que o programa continuará sendo um tema crucial na disputa eleitoral de 2026. Seja como ferramenta de proteção social ou como ponte para o mercado de trabalho, o futuro do benefício permanece como um dos pontos mais sensíveis para milhões de brasileiros e um dos principais focos de divergência entre os projetos políticos em disputa.