O SBT oficializou o rompimento de seu contrato com o ator David Cardoso Jr., conhecido por suas participações no programa ‘A Praça é Nossa’. A decisão ocorre em decorrência de críticas públicas feitas pelo artista à emissora, que sediou um evento institucional com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. A manifestação de Cardoso Jr. ganhou notoriedade após a divulgação de um vídeo em que ele expressava descontentamento, classificando o encontro como uma “vergonha” e criticando a gestão do canal.
A polêmica se intensificou após o lançamento do SBT News na TV por assinatura. Nas redes sociais, David Cardoso Jr. posicionou-se veementemente contra a recepção de figuras políticas na sede da emissora. “Tem que receber um presidente da República? Até pode ser, agora, ministro Alexandre de Moraes não. Ele é ministro, não é político. Ele é o verdadeiro ‘dono’ do país. É uma vergonha o que foi feito, uma decepção”, declarou o ator em uma das postagens.
A informação sobre o afastamento foi confirmada pela assessoria de imprensa do SBT à colunista Fábia Oliveira, do portal Metrópoles. Em nota, a emissora esclareceu que David Cardoso Jr. atuava como freelancer e não possuía vínculo empregatício fixo. “Diante desse cenário não deverá participar da Praça é Nossa em 2026”, informou o comunicado, sinalizando a não renovação do contrato para as temporadas futuras.
Em um desabafo posterior, divulgado na terça-feira (16), o ator reiterou suas críticas, afirmando sentir-se “persona non grata no SBT enquanto o Lula, persona non grata em Israel, é bem-vindo numa emissora fundada por um judeu”. Cardoso Jr. também fez alusão ao legado de Silvio Santos, fundador do canal, sugerindo que a postura atual representaria um desvio dos princípios históricos da empresa. Ele acusou o SBT de sucumbir a uma “invasão política” e de agir de forma contraditória ao receber membros de um governo que, em sua visão, adota uma postura hostil em relação a Israel.
David Cardoso Jr. também revelou que, mesmo após 14 anos de colaboração, nunca teve um contrato formal com a emissora, o que implicava a ausência de benefícios como plano de saúde. Contudo, ele afirmou não nutrir ressentimentos.
Este episódio reacende o debate sobre os limites da liberdade de expressão de artistas e as repercussões em suas carreiras profissionais, especialmente em veículos de comunicação onde as dinâmicas editoriais e institucionais se entrelaçam com questões políticas.