Com o início da Semana de Mobilização Nacional para Doação de Medula Óssea neste domingo (14/12), marcada pela Lei nº 11.930/2009 e atualizada pela Lei nº 14.530/2023, histórias inspiradoras de doadores e transplantados ganham destaque. O portal LeoDias conversou com alguns protagonistas desse ato de solidariedade, revelando o impacto profundo da doação e a simplicidade do processo.
Entre os depoimentos, destaca-se o de Adilson Rodrigues da Silva, eletricista que, há 15 anos, doou medula óssea para a atriz Drica Moraes. A atriz, que celebrou recentemente os anos de recuperação após o transplante, descreveu seu doador como um irmão. Adilson compartilhou a emoção de ter auxiliado uma paciente com leucemia mieloide aguda: “Foi emocionante demais. O Redome [Registro Brasileiro de Doadores Voluntários de Medula Óssea] entrou em contato dizendo que a receptora queria me conhecer e a gente topou na hora. Fui buscar ela no aeroporto de Presidente Prudente, São Paulo. Ela conheceu minha família, minha esposa, minhas filhas… Foi tudo muito bonito. Nossa relação parecia até de irmãos”.
Adilson descobriu a possibilidade de doação enquanto viajava a trabalho e se interessou pela campanha. Após realizar os exames e ser informado sobre a compatibilidade, não hesitou em doar. Ele descreveu o procedimento, realizado por punção, como tranquilo e mais simples do que a maioria imagina, incentivando outros a doarem: “Eu diria que é um procedimento simples e que pode salvar uma vida — e isso não tem preço. Se todo mundo soubesse como é importante e como pode fazer a diferença, muita gente doaria também”.
Outra história tocante é a da psicanalista Maria Isabel Medeiros de França, de 63 anos, que recebeu uma nova chance de vida através da doação de seu filho, o empresário Gabriel de França Cancela. Diagnosticada com leucemia mieloide aguda, Maria Isabel foi salva pelo filho, que demonstrou compatibilidade em um transplante alogênico. “Foi uma emoção inenarrável essa troca de papéis pelo novo DNA passei a ser sua filha”, relatou, afirmando estar recuperada e ativa 10 meses após o procedimento.
Gabriel expressou um misto de sentimentos ao saber da compatibilidade: “Uma mistura de alegria, alívio e gratidão. Alegria e alívio pela possibilidade de ajudar a minha mãe e encerrar de vez o ciclo que a gente já estava vivendo há três anos com o tratamento do câncer”. Ele descreveu o processo de doação como simples e seguro, ressaltando a força do ato: “Eu diria que poucas coisas na vida são tão transformadoras quanto ter a chance de salvar alguém. Quando você doa sua medula, não é apenas a vida de um paciente que você impacta, é toda uma família que você abraça naquele ato”. O empresário ainda destacou a importância do doador como um “possível milagre” para famílias que lutam contra o câncer.
Para se tornar um doador de medula óssea, o Redome, um dos maiores registros do mundo, orienta que interessados entre 18 e 35 anos procurem um hemocentro. É necessário apresentar documento de identificação com foto, estar em bom estado de saúde, ler e assinar um Termo de Consentimento. Uma amostra de sangue será coletada para identificar a compatibilidade genética (HLA). O cadastro permanece ativo até os 60 anos, e o contato do Redome pode ocorrer a qualquer momento, caso haja compatibilidade com um paciente.