A Semana de Mobilização Nacional para Doação de Medula Óssea, iniciada neste domingo (14/12) e oficializada por lei desde 2009, ganha força com relatos emocionantes de quem já vivenciou a experiência de doar e salvar vidas. O portal LeoDias reuniu depoimentos que destacam o impacto profundo e a simplicidade do ato de doar medula óssea, incentivando mais pessoas a se tornarem voluntárias.
Um dos exemplos é o de Adilson Rodrigues da Silva, eletricista que há 15 anos doou medula para a atriz Drica Moraes. Em julho deste ano, a atriz celebrou a data, expressando em redes sociais o quanto seu doador se tornou como um irmão. Adilson, que conheceu a atriz cinco anos após a doação, compartilhou a emoção de ter auxiliado uma paciente com leucemia mieloide aguda. Ele descreveu o encontro como um momento de grande significado, onde pôde conhecer a família dela.
Adilson relatou ter se deparado com a campanha de doação de medula óssea durante um curso e, movido pelo desejo de ajudar, decidiu fazer o cadastro. Pouco tempo depois, foi informado sobre a compatibilidade com um paciente. “Achei interessante, quis entender melhor e pensei: ‘por que não ajudar alguém?’”, disse. Ele ressaltou que o procedimento de coleta, realizado por punção, foi tranquilo e mais simples do que muitos imaginam. “E correu tudo bem. É bem mais simples do que a maioria das pessoas imagina”, esclareceu.
O eletricista reforça seu compromisso com a doação e encoraja novos voluntários: “Eu diria que é um procedimento simples e que pode salvar uma vida — e isso não tem preço. Se todo mundo soubesse como é importante e como pode fazer a diferença, muita gente doaria também”.
Outra história inspiradora é a da psicanalista Maria Isabel Medeiros de França, que recebeu uma nova chance de vida graças ao seu filho, o empresário Gabriel de França Cancela. Diagnosticada com leucemia mieloide aguda, Maria Isabel, aos 63 anos, foi submetida a um transplante alogênico com seu filho, que apresentou maior especificidade. “Foi uma emoção inenarrável essa troca de papéis pelo novo DNA passei a ser sua filha”, descreveu ela, que 10 meses após o procedimento está bem e retomando suas atividades.
Gabriel descreveu o momento de descobrir a compatibilidade com a mãe como uma mistura de alegria, alívio e gratidão. “Uma mistura de alegria, alívio e gratidão. Alegria e alívio pela possibilidade de ajudar a minha mãe e encerrar de vez o ciclo que a gente já estava vivendo há três anos com o tratamento do câncer”, afirmou. Ele mencionou que, após a quimioterapia apresentar remissão seguida pelo reaparecimento de células cancerígenas, o transplante se tornou a única opção.
O empresário expressou sua gratidão: “E acima de tudo, uma gratidão imensa a Deus e à vida por me permitir ser esse instrumento. Ter a possibilidade de ajudar, de forma tão significativa, uma das pessoas que mais amo no mundo é algo que não tem preço”. Gabriel também destacou a tranquilidade do procedimento, comparando-o à tensão emocional prévia. “Tudo aconteceu de maneira simples e segura. O procedimento é super tranquilo, bem diferente da tensão emocional que vem antes”, relatou.
Para incentivar a doação, Gabriel enfatizou: “Eu diria que poucas coisas na vida são tão transformadoras quanto ter a chance de salvar alguém. Quando você doa sua medula, não é apenas a vida de um paciente que você impacta, é toda uma família que você abraça naquele ato”. Ele complementou, “Por trás de cada pessoa lutando contra o câncer, existe um mundo de pessoas que amam, que sofrem e que esperam por um milagre. Todo o processo de tratamento do câncer é muito desgastante e a doação pode ser o ponto de virada. Então, quem se dispõe a doar se torna exatamente isso: um possível milagre”. Embora ainda não possa doar novamente devido à recente doação para a mãe, Gabriel manifestou o desejo de continuar auxiliando outras pessoas no futuro.
O Redome (Registro Brasileiro de Doadores Voluntários de Medula Óssea), mencionado pelos doadores, é uma referência mundial e o terceiro maior registro do tipo. Para se tornar um doador, é necessário ter entre 18 e 35 anos, apresentar documento de identificação com foto, estar em bom estado de saúde e procurar um hemocentro. Lá, o voluntário lerá e assinará um termo de consentimento, e uma amostra de sangue será coletada para a tipagem HLA. O cadastro permanece ativo até os 60 anos, e o Redome notificará o doador em caso de compatibilidade, que pode ocorrer em anos ou nunca.