A gestão do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) enfrenta um desafio colossal em 2025, com um acúmulo de quase 3 milhões de pagamentos aguardando análise. O número expressivo, que totaliza aproximadamente 2,862 milhões de processos paralisados, representa o maior estoque já registrado pelo órgão e coloca o governo sob intensa pressão. A situação ganhou notoriedade nacional após a apresentadora Renata Vasconcellos destacar o problema no Jornal Nacional, elevando o debate público sobre a demora na concessão de benefícios.
O aumento contínuo na demanda, que cresceu cerca de 23% desde o início do ano, evidencia um descompasso entre a capacidade operacional do INSS e a realidade atual. Mensalmente, o instituto recebe em média 1,3 milhão de novas solicitações, um volume que sobrecarrega o sistema e fragiliza o atendimento. Uma parcela significativa desses pedidos, cerca de metade, refere-se a benefícios por incapacidade temporária, que exigem perícia médica, um processo que se torna ainda mais moroso pela falta de peritos suficientes.
Em resposta à crise, o governo federal instituiu um comitê estratégico com a missão de reorganizar o fluxo de processos, identificar gargalos e propor soluções para reduzir o tempo de análise. No entanto, o grupo tem até 30 de junho de 2026 para apresentar resultados concretos que revertam o quadro atual. Integrantes do próprio governo admitem que a resolução do problema transcende a esfera administrativa interna.
A lentidão no INSS é agravada por fatores externos ao instituto, como a necessidade de atualizações em sistemas técnicos para cálculos e cruzamentos de dados, além da escassez de peritos médicos. Essa combinação de deficiências tecnológicas e insuficiência de pessoal contribui para um estado crônico de lentidão na análise dos requerimentos.
Para os beneficiários, as consequências são severas. Relatos de atrasos que ultrapassam um ano sem qualquer perspectiva de resposta são comuns, gerando insegurança financeira e um sentimento de abandono, especialmente para os mais vulneráveis. A crescente desconfiança na capacidade do serviço público de entregar respostas em tempo hábil se soma à preocupação com a falta de planejamento estrutural que perpetua o ciclo de atrasos.
A questão ganhou também uma dimensão política significativa, com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sendo constantemente informado sobre a evolução dos números e os riscos sociais associados à demora na concessão de benefícios. A situação atual do INSS configura um dos maiores gargalos previdenciários da história do Brasil, exigindo ações urgentes e eficazes para garantir que milhões de brasileiros recebam as respostas que aguardam.